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Opinião:
Opinião:
“Ao fechar a porta” foi um sucesso a nível internacional, tantas foram as boas reviews que rapidamente captou a atenção do público português, que por não saber que seria uma novidade publicada pela Editorial Presença no mês de Julho, se anteciparam na leitura, e lá se lançaram na leitura do título na sua versão inglesa. Esta vontade também me atingiu, mas dias antes de dar início à leitura, a Editorial Presença surpreendeu-nos com a divulgação do lançamento em Portugal, portanto decidi aguardar a versão da nossa língua para ler. Não por dificuldade na leitura noutras línguas, mas sim por preferência e valorizar a nossa língua.
Tal como refere na sinopse, o casal Jack e Grace, são perfeitos e com uma vida de sonho aos olhos dos outros, contudo dentro das paredes da sua maravilhosa mansão, essa não e a verdade, há algo de errado que se passa e o ninguém se apercebe disso.
Grace, é-nos apresentada como tendo um bom emprego, bem sucedida e inteligente, que conhece Jack um dia no parque, ao identificar nela o alvo perfeito para o seu amor. Jack, aproxima-se de Grace, através da sua irmã Millie, que tem síndrome de down, e isso toca o seu coração florescendo assim uma paixão de sonho. Os pais de Grace são pouco presentes, pois mudam-se para Nova Zelândia, confiando em Jack, que é um advogado de sucesso, defensor das mulheres vítimas de violência doméstica, sempre muito sensível e atencioso, é perfeito e transmite confiança e segurança a todos, acabando por fazer com que os pais de Grace e Millie, concordem em confiar a sua filha, Millie que está no lar até completar os seus 18 anos de idade, a Jack, mudando-se para a casa de Grace e Jack par viver com eles.
Até aqui tudo parece bem e normal, contudo o casamento que fica marcado por um incidente com Millie, que acaba por ir parar aos hospital, e assim começa o sonho e a vida perfeita do casal.
A capa do livro, é desde logo um convite à descoberta, com aquela porta fechada e com feixe de luz a brilhar pela fechadura deixa muita curiosidade. Contudo, não é este tipo de porta que crio imagem durante a leitura, antes pelo contrário, a imagem de porta que crio na mente é algo de isolador de som, muito moderno e assustador. E justifico com o seguinte, Jack para proteger a casa activa os estores de aço que se fecham completamente, e me fazem lembrar o primeiro filme da Purga.
Toda a imagem que crio é de ambiente mórbido e sombrio, sempre com a nuvem no topo da cabeça de Grace mesmo quando esta está em lua de mel, vejo um ambiente triste e infeliz.
A escrita de B.A. Paris é interessante e envolvente, e mesmo não sendo um livro violento dos que sempre procuro, com sangue e carnificina, é violento o suficiente a nível emocional ao ponto de ser perturbador, aqui classifico-o no mesmo nível de “No Canto mais escuro”“de Elizabeth Haynes, também editado pela Editorial Presença, “Confissões” de Kanae Minato ou ainda “As Raparigas Esquecidas” de Sara Blaedel.
Em suma, apesar de o medo de Grace e mesquinhice me ter irritado e revoltado, fiz-me acreditar na incapacidade dela e sentimento de pânico, do porquê de não tomar uma decisão e ter uma atitude contra Jack. É um livro emocional que certamente retrata a vida de muita mulher que se rebaixa por alguém querido e se subjuga a este ponto, ou então pelo medo do adormecer e não voltar a acordar, não queria acreditar de que o que se passou com Grace aconteça a vida real, mas infelizmente se não é bem assim, é muito parecido aos casos que nos vão sendo noticiados.
Ficamos a aguardar novo livro da autora, pois é promissor o que dela possa vir.