Nº de Páginas: 232
Sobre a obra:
Um livro indispensável para um debate de uma atualidade premente, a da maternidade. Fruto de uma investigação realizada por Orna Donath entre 2008 e 2013, «Mães Arrependidas» descreve vários caminhos percorridos por mulheres, de diferentes grupos sociais, que se arrependeram de ter sido mães.
Com vinte e três testemunhos de mães que desejam não o ter sido, a socióloga orienta os leitores pelos caminhos da maternidade, nomeadamente pelo que é ditado pela sociedade versus o que as mulheres vivenciam; pelas exigências e pelo que é esperado que as mães devem parecer, fazer e sentir; pelo arrependimento materno e pelo desejo de se desfazer o irreversível; pelas experiências destas mulheres e pela procura de identidade entre o silêncio e o discurso; e ainda pela investigação das mães por meio do arrependimento.
«Neste livro, descrevo os vários caminhos que estas mulheres percorreram até chegarem à maternidade, analiso os seus mundos intelecto-emocionais após o nascimento dos seus filhos, e conceptualizo os seus sentimentos e os conflitos dolorosos nas suas vidas fruto da discrepância entre o desejo de serem mães-de-ninguém e o facto de serem mães de filhos. Além disso, investiguei o modo como diferentes mulheres reconhecem e lidam com estes conflitos», afirma a autora na introdução do livro.
As mulheres que escolhem não ser mães são muitas vezes avisadas de que se virão a arrepender mais tarde na vida – mas muito raramente se discute a hipótese de o contrário poder ser verdade: que existam mães arrependidas.
A socióloga Orna Donath quebra o silêncio à volta deste assunto tabu, num estudo muitíssimo revelador, ponto em questão a suposição prevalente de que a maternidade seja um papel «natural» para as mulheres. O seu estudo tem por base entrevistas realizadas a mulheres de diversas idades que assumiram ter-se arrependido de ser mães. Mulheres que, embora amem profundamente os seus filhos, não encontraram na maternidade a «realização» que a cultura dominante profetiza, e preferiam não ser assumido esse papel ou gostariam de voltar atrás. Mulheres que decidiram ser mães pelas mais variadas razões (desde a pressão social até um forte desejo pessoal) e que, ao longo do seu percurso enquanto mães, foram constantemente acompanhadas de uma sensação de arrependimento – e da consequente sensação de isolamento e culpa.
A maternidade é um dos derradeiros tabus identitários, e quando o seu estatuto é questionado, a reação social e cultural tende a ser defendida. Contudo, e por polémico ou perturbante que o tema seja, é fundamental levantar esta discussão de forma aberta e franca – que Mães Arrependidas consegue magistralmente.
Sobre autor:
Orna Donath (1976) é socióloga e investigadora na Universidade Ben-Gurion, no Neguev, em Israel. A sua área de estudo tem sido desenvolvida em redor do tema das expectativas sociais enfrentadas pelas mulheres. É autora de vários estudos e publicações científicas e Mães Arrependidas é o seu primeiro livro a ser publicado internacionalmente. Para além de edições por toda a Europa e EUA, o livro despoletou um aceso debate mediático. A par do seu trabalho académico, Orna Donath é voluntária no centro de apoio a vítimas de violência sexual Hasharon, no centro de Israel.
Imprensa:
«O instinto maternal não existe.»
El País
«Donath põe sobre a mesa o debate de um tabu, uma realidade negada e em grande parte fruto da pressão social imposta às mulheres.»
La Vanguardia
«Com o seu ensaio, Donath trouxe à luz do debate público o que até agora só se mencionava em conversas entre amigas ou em terapia.»
Der Spiegel
«Com o seu estudo sobre mulheres que se arrependem de ter aceitado o papel de mãe, a socióloga Orna Donath atingiu um ninho de vespas formidável.»
Die Welt
«O que começou como uma investigação destinada aos círculos académicos, analisando territórios por explorar no tema da maternidade, escapou do âmbito especializado e deu a volta ao mundo.»
La Repubblica