Nº de Páginas: 216
Sobre a obra:
«Invisível poema, respirar!
Mundo, espaço e ser vislumbro
sem cessar em troca pura. O equilibrar
em que por ritmos me cumpro.
Única onda
de que sou mar gradual;
o mais poupado na ronda,
ganho de espaço afinal.
Quanto lugar dos espaços
dentro de mim se precisa.
Ventos, filhos nos meus braços.»
Segundo João Barrento, «O que o leitor d’Os Sonetos a Orfeu e das Elegias de Duíno de Vasco Graça Moura reterá, além do pormenor, é um conjunto notável que veste estes dois ciclos de Rilke como uma segunda pele. A pele visível e a mais atual de Rilke em português. O princípio orientador que o poeta Vasco Graça Moura parece seguir nesta sua nova aventura pelo «espaço interior do mundo» da grande poesia de Rilke poderia ser o que o próprio autor dos Cadernos de Malte nos dá, pela boca do seu narrador: Er war ein Dichter und hasste das Ungefähre – à letra: «Era Um poeta e detestava a imprecisão.»
Sobre autor:
Rainer Maria Rilke nasceu em Praga, em 1875, e morreu na Suíça (arredores de Montreux), em 1926. Entre as suas obras mais significativas estão Os Sonetos a Orfeu e as Elegias de Duíno (ambas publicadas em 1923), Os Cadernos de Malte Laurids Brigge (1910) ou O Livro das Horas (1905). Depois da sua morte foi publicado, em 1929, Cartas a um Jovem Poeta.
Sobre o tradutor:
Vasco Graça Moura (Foz do Douro, 1942-2014) foi poeta, ficcionista, ensaísta, cronista e tradutor, além de ter desempenhado importantes cargos de relevância pública na vida portuguesa dos últimos cinquenta anos. Entre as inúmeras distinções que lhe foram atribuídas, contam-se, nomeadamente, o Prémio Pessoa, o Prémio Vergílio Ferreira, o Grande Prémio de Romance e Novela da APE, o Prémio de Poesia do PEN Clube, o Prémio Eça de Queiroz, o Prémio de Tradução Paulo Quintela, o Prémio Europa David Mourão-Ferreira, o Grande Prémio de Poesia da APE, o Prémio Max Jacob de Poesia, o Prémio de Tradução do Ministério da Cultura em Itália (pelas suas notáveis traduções de Dante e Petrarca), ou o Prémio Morgado de Mateus.
A sua obra poética está reunida em dois volumes publicados pela Quetzal (Poesia Reunida, 1 e 2, em 2012), e entre os seus romances contam-se Naufrágio de Sepúlveda, Partida de Sofonisba Às Seis e Doze da Manhã, Quatro Últimas Canções, ou O Enigma de Zulmira, para nomear alguns. Traduziu Shakespeare, Racine, Dante, Corneille, Molière, Rostand, Rilke – mas também autores contemporâneos como Seamus Heaney, Hans Magnus Enzensberger, Gottfried Benn ou Jaime Sabines.
Imprensa:
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