Opinião: Morte na Arena _ As Investigações de Gabriel Ponte - Vol. 2 de Pedro Garcia Rosado | TopSeller


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Opinião:
Porque se calhar já não se lembravam, e porque os livros não merecem destaque só quando saem ou só são bons enquanto são novidades, aqui fica!

Depois de Morte com Vista para o Mar, segue-se então o 9º título do autor - Morte na Arena, 2º nas investigações de Gabriel Ponte, série publicada pela TopSeller. Desta vez, e não desfazendo aquilo que já tinha dito anteriormente, Pedro Garcia Rosado continua a ser uma excelente aposta não só pelo trabalho excelente que nos oferece no género policial, mas mais ainda por ser um autor Português, mostrando a uns e outros que cá se produz do bom e do melhor.

Em Morte na Arena, o autor leva-nos ao centro de Lisboa e ao seu submundo. Quem já leu o anterior livro, sabe que Gabriel Ponte é ex-marido de Patrícia, que é reformado da Polícia Judiciária, que Patrícia se mantém no activo, que teve um caso com Filomena, a Jornalista que neste novo livro se torna mais activa no enredo e que nos deixa surpresos no final com a revelação que o autor nos faz, que eu não estava nada à espera.

Quem não leu o livro anterior, boas notícias, que não se preocupe pois não se sentirão perdidos ao ler este; se leram o anterior, óptimo vão adorar ainda mais este, independentemente daquilo que eu disser abaixo.

Voltando ao início, tudo começa com mortes, claro está! 
Estas envoltas num que deixam o nosso Gabriel Ponte em pulgas por se inteiras e desvendar o que se passa. Primeiro porque o seu amigo aparece morto e a viúva recebe um cheque com uma quantia considerável para que esta não lhe desperte o interesse em recorrer à justiça ou a investigações sobre a morte dele e mais 3 camaradas. Depois temos o misterioso aparecimento de partes do corpo de Catarina Lemos espalhadas por diferentes locais conhecidos da baixa de Lisboa, que vão aparecendo ao longo do livro. Sim, são mesmo pedaços, um corpo desfeitos em partes!
Gabriel entra neste caso através da curiosidade criada, sobre o que teria levado o seu amigo Jorge a aparecer morto juntamente com os camaradas numa casa abandonada em Lisboa. A relação de ambos é-nos brevemente descrita e facilmente percebemos o porquê do seu envolvimento, pois facilmente aprendemos, neste ou no anterior livro, de que Gabriel é mesmo assim uma pessoa que se inquieta e não consegue recusar uma investigação, faz parte dele e é então que ele nos faz entrar na aventura…

Pedro Garcia Rosado, tem o cuidado natural ou uma atenção redobrada em criar personagens que nos deixem com a sensação de entrarmos num mundo real e longe da ficção, como se de uma peça jornalística se tratasse, juntamente com o que não é contado nas mesmas. Mais uma vez penso que usa a sátira para atacar certos vícios de classe alta, não que os mesmos sejam praticados desta forma de espécie de “jogos de morte”, mas que estes jogos sexuais, de trocas de favores, lavagem de dinheiros e negócios ilícitos existem, disso não é novidade. Isto deixa-me mais uma vez satisfeito com o Pedro, por chamar aos seus livros o “podre” da sociedade. 

Se esperam um bom policial, e querem dar oportunidade ao que de bom se faz em Portugal, e deixar de lado por uma única vez aqueles tão bons livros internacionais, que por vezes não são nada do que o marketing vende, este é mais um livro que deve figurar a vossa estante. 

A nível pessoal, sei que nem todos temos os mesmos gostos nem exigimos os meus detalhes e afins naquilo que lemos, mas eu sou suspeito, como adoro o género policial, fantástico e horror, e adoro a escrita do Pedro que não desilude e está à altura dos estrangeiros, subi a parada da minha aposta e acabei por ficar com a sensação de faltar algo de ainda mais horrível no livro. Algo de épico e mais marcante, que por momentos pensei que ia encontrar na arena (nas últimas cenas, sim porque eu crio tudo na minha cabeça, tenho identidade para cada personagem e cenário)…
Pois, as expectativas lá caíram, pois não foram ao encontro do que esperava. Quero com isto dizer que, com base no anterior livro, com base num início promissor desde livro e com base naquela visita que fizemos pela baixa lisboeta para ajudar a entender o livro… (esta http://www.clubedoslivros.org/2013/09/o-que-se-le-aqui-le-se-morte-na-arena.html) fiquei à espera de encontrar mais uma ou outra morte pelo meio, mais violência, mais coisas macabras. Esperava um “Diabo” a fazer algo de diabólico e não uma pessoa pacifica e detentora de uma revolta interna, que não explode para o exterior o se torna um monstro digno do nome “Diabo”. Contudo, é fantástico quando estamos a ler e criar nós próprios aquilo que vem a seguir, e isto é o que chamo de um bom livro, é isto que sinto quando estou a ler os livros do Pedro. Continuo a ter a certeza e a prova de que a minha mente entranha a obra e cria algo mais além! 

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