CdL: Como se define o João Miguel Courinha?
JMC: Como um agricultor que escreve, como alguém que sempre se serviu da literatura e que, quando se achou capaz, começou a tentar servir a literatura. Lia para saber, hoje tento saber para dar a ler.
CdL: Como e quando começou esse gosto pela leitura?
JMC: Se bem me lembro, por volta dos treze, catorze anos, com a magia do universo de Carl Sagan e a fantasia científica de Michael Crichton.
CdL: Ainda lê muito?
JMC: Não tanto quanto gostaria, antigamente, nas horas livres, lia, hoje em dia apetece-me sempre escrever. Não é coisa que se faça e tenho estado a tentar mudar de hábitos.
CdL: Escritores favoritos?
JMC: Se fosse obrigado a nomear três diria Proust, Joyce e Tolstoi.
CdL: Livros favoritos?
JMC: Em primeiríssimo lugar, destacado e com lugar no banco detrás do meu carro “Em Busca do Tempo Perdido, Proust”, em segundo “Os Miseráveis, Victor Hugo” e em terceiro, talvez o “Germinal, Zola”. Já sei que logo me vou lembrar de uma lista completamente diferente, sem nunca tocar no primeiríssimo!
CdL: Citação favorita?
Tenho que dizer duas, para ser sincero não me lembro de muitas mais. “Ao pôr-do-sol, a natureza não se apresenta sem maravilha, apesar de que, talvez, o seu principal propósito seja ilustrar as citações dos poetas” Oscar Wilde e “Esforço-me por me manter moralmente puro, ainda que por motivos de elegância” Proust. Lembrei-me agora da frase que começa o “Cem Anos de Solidão” e que é, na minha opinião, o início perfeito de um romance: “Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendia haveria de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo”… que maravilha Gabriel!!
CdL: Para finalizar, qual o seu objectivo enquanto escritor?
JMC: Entreter as pessoas, estimular o seu pensamento e soprá-las para longe de facturas e telefonemas e brigas e trabalhos e impressos e o raio que o parta.
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