[Babel] Ferreira Gullar

EDIÇÃO DA OBRA DE FERREIRA GULLAR EM PORTUGAL

A BABEL tem a honra de comunicar que irá iniciar o projecto de edição das obras de Ferreira Gullar em Portugal, um dos melhores escritores lusófonos da actualidade, diversas vezes galardoado, sendo o mais recente Prémio Camões 2010. A primeira obra, já no prelo, a publicar ainda no corrente mês de Julho, será Poema Sujo. Escrito em 1975, na época de ditadura militar, quando o autor ainda se encontrava exilado em Buenos Aires, publicado no ano seguinte pela editora Civilização Brasileira e repetido infindavelmente pela comunidade artística e intelectual brasileira da época, tornou-se “o mais importante poema escrito em qualquer língua nas últimas décadas”, nas palavras de Vinicius de Moraes, seu contemporâneo. Em Setembro, materializar-se-á um novo livro de poemas – Em Alguma Parte Alguma. Com publicação simultânea no Brasil, pela editora José Olympio, este é o primeiro livro deste género literário desde Muitas Vozes, de 1999. Seguir-se-á Cidades Inventadas, compilação de ficções escritas ao longo de várias décadas, publicado originalmente em 1997 e Rabo de Foguete – Os Anos do Exílio, memórias dos seus tempos de expatriação. Em 2011, será dada continuidade ao projecto editorial da obra deste autor, em todos os géneros por onde a sua criação artística tem frutificado, desde a poesia à literatura infantil, ensaio e ficção.



Ferreira Gullar é o pseudónimo de José Ribamar Ferreira, nascido em São Luís do Maranhão, Brasil, em 1930. Desde cedo cultivou a sua vocação inata para a criação artística, tendo publicado o seu primeiro livro aos 19 anos. Poeta, prosador, crítico de arte, ensaísta, artista plástico e guionista, esteve na origem do movimento Neo-Concreto da poesia brasileira nos anos 50 do século XX, tendo-se afastado deste de encontro a uma escrita de teor mais interventivo do ponto de vista social. Exemplo maior dessa sua vertente é o Poema Sujo, escrito no exílio em 1975 e, nas palavras de Vinicius de Moraes, “o mais importante poema escrito em qualquer língua nas últimas décadas”. O seu percurso de vida foi homenageado com a atribuição de relevantes prémios e distinções, nomeadamente, o Prémio Moliére (1966 e 1985), o Prémio Jabuti (2000 e 2007), o Prémio Alphonsus de Guimarães da Biblioteca Nacional do Brasil (1999), o Prémio Multicultural 2000 do jornal O Estado de São Paulo, o Prémio Príncipe Claus da Holanda (2002), o Prémio da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil do Brasil (2003), o Prémio da International Board on Books for Young People (2003), o Prémio de Literatura da Fundação Conrado Wessel de Ciência e Cultura (2005) e o Prémio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras (2005). Foi nomeado para o Prémio Nobel em 2002 e em 2010 agraciado com o Prémio Camões, a mais importante distinção dada a um escritor de Língua Portuguesa.

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